Apenas 12% dos usuários de iPhone aceitam que apps monitorem suas atividades

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Os usuários do iPhone tiveram muitas novidades com o lançamento do iOS 14.5, mas uma das funcionalidades oferecidas pela Apple tem sido pouco comentada, mesmo representando um grande avanço.

A nova versão do sistema operacional do telefone mais popular do mercado oferece a possibilidade do usuário escolher se permitirá ou não que apps rastreiem seu uso para exibir publicidade segmentada.

De acordo com relatório do Flurry, só 12% dos usuários do iOS permitiram que esses aplicativos rastreassem suas atividades.

Ou seja, 88% não desejam de forma nenhuma que aplicativos como o Instagram e o Facebook acompanhem seus hábitos para exibir anúncios personalizados.

Quando olhamos apenas para os Estados Unidos, o número é ainda mais expressivo: somente 4% dos norte-americanos aceitam ter suas atividades monitoradas.

A pesquisa levou em conta 5,3 milhões de usuários ativos e diários do iOS 14.5.

Apesar de simples, a ferramenta faz uma grande diferença para o usuário em uma era em que a privacidade vale ouro na internet. Principalmente depois dos escândalos de vazamentos de dados dos últimos anos.

Como lembra o site The Next Web, mesmo que a funcionalidade seja muito interessante, a Apple não está simplesmente sendo boazinha.

A empresa percebe como privacidade é um bem importante hoje em dia, e enxerga nisso a oportunidade de vender o iPhone como um smartphone mais seguro que o concorrente Android, do Google.

Mudanças na publicidade digital

A decisão dos usuários do iPhone de não permitir o rastreamento de suas atividades tem implicações significativas para o setor de publicidade digital.

Empresas como Facebook e Google, que dependem fortemente de dados de usuários para personalizar anúncios, podem enfrentar desafios.

A personalização de anúncios é uma estratégia essencial para aumentar a eficácia das campanhas publicitárias, e a limitação no acesso a dados pode reduzir a precisão dessas campanhas.

Além disso, com menos dados disponíveis, as empresas podem precisar investir mais em outras formas de publicidade, como marketing de conteúdo ou campanhas de influenciadores, para alcançar seu público-alvo.

A mudança também pode levar a um aumento nos custos de publicidade, já que os anunciantes terão que encontrar novas maneiras de segmentar seus anúncios sem o uso de dados de rastreamento.

Reação do mercado e das empresas de tecnologia

Desde o lançamento do iOS 14.5, várias empresas de tecnologia têm adaptado suas estratégias para lidar com as novas restrições de privacidade.

O Facebook, por exemplo, lançou campanhas para convencer os usuários a permitir o rastreamento, argumentando que isso ajuda a manter os serviços gratuitos e a apoiar pequenas empresas que dependem de publicidade segmentada.

Por outro lado, a Apple tem promovido a privacidade como um diferencial competitivo, destacando que seus dispositivos são mais seguros e respeitam mais a privacidade dos usuários em comparação com os concorrentes.

Essa abordagem pode atrair consumidores preocupados com a privacidade, fortalecendo a posição da Apple no mercado.

Além disso, desenvolvedores de aplicativos estão explorando alternativas para coletar dados de forma ética e transparente.

Soluções como o uso de dados agregados e anonimizados, bem como a implementação de pesquisas diretas com os usuários, estão ganhando popularidade.

Essas práticas visam manter a confiança dos usuários enquanto ainda fornecem insights valiosos para as empresas.