Um turista arrependido decidiu devolver uma peça furtada do sítio arqueológico de Pompeia, na Itália, informou o diretor-geral interino da Superintendência Arqueológica, Massimo Ossana, nesta quarta-feira (3).
Em uma foto publicada nas redes sociais, ele postou a imagem do fragmento de rosto de uma mulher, feito de argila, que representa uma parte da decoração dos tetos das domus – as residências das famílias ricas – na época da erupção do Vesúvio em 79 d.C.
“Há 50 anos, eu retirei esse fragmento de uma casa de Pompeia. Eu me envergonho e o devolvo ao proprietário. Desculpa!“, diz o bilhete anônimo enviado junto com a peça. Por sua vez, Ossana fez um breve comentário na postagem. “Às vezes, retornam. Por correio, quase semanalmente“, escreveu.
A peça tem cerca de 10 centímetros e agora compõe o enorme acervo de peças furtadas do sítio e que estão na Superintendência Arqueológica de Pompeia. Porém, de onde ela foi retirada exatamente e como aconteceu o ato continuarão sendo mistérios.
À época, o monitoramento no sítio arqueológico era muito menor e também não havia uma cultura de importância dos itens de um lugar tão histórico. Atualmente, o local conta com cerca de 400 câmeras de monitoramento.
No ano passado, uma história curiosa sobre um outro furto chamou bastante atenção. Uma turista canadense, identificada apenas como Nicole, enviou uma caixa com artefatos que furtou do sítio em 2005 para o dono de uma agência turística da cidade.
A carta dizia que as peças traziam “azar” e que era para “levá-las de volta”. “Eu era jovem e estúpida, queria ter um pedaço da história que ninguém pudesse ter. Na verdade, não pensei o que estava recebendo. Estou agora com 36 anos e tive câncer de mama duas vezes. Minha família e eu tivemos problemas financeiros. Somos boas pessoas e não quero passar essa maldição para meus pais e filhos“, dizia o texto.
História das peças furtadas em sítios arqueológicos
O furto de peças arqueológicas é um problema que afeta diversos sítios históricos ao redor do mundo. Em Pompeia, esse fenômeno tem sido recorrente desde a redescoberta da cidade no século XVIII.
A falta de monitoramento e a ausência de uma cultura de preservação contribuíram para que muitos visitantes levassem fragmentos como souvenires.
Nas décadas passadas, a segurança era mínima, o que facilitava o acesso e a retirada de itens valiosos.
Estudos indicam que a maioria das peças furtadas são pequenas e facilmente transportáveis, como fragmentos de cerâmica, moedas e pequenas esculturas.
No entanto, essas peças, apesar de seu tamanho reduzido, possuem grande valor histórico e arqueológico.
Elas ajudam a compor o mosaico da vida cotidiana na antiga Pompeia, proporcionando insights valiosos sobre a cultura e os hábitos dos seus habitantes.
A devolução de peças furtadas, como a relatada no artigo, é um fenômeno interessante e relativamente recente.
A conscientização sobre a importância da preservação do patrimônio histórico tem levado muitos antigos turistas a devolverem os itens.
De acordo com a Superintendência Arqueológica de Pompeia, as devoluções ocorrem quase semanalmente, muitas vezes acompanhadas de cartas de arrependimento.
Medidas de segurança e preservação em Pompeia
Para combater o problema dos furtos e garantir a preservação do sítio arqueológico, diversas medidas de segurança foram implementadas ao longo dos anos.
Atualmente, Pompeia conta com cerca de 400 câmeras de monitoramento espalhadas pelo sítio. Essas câmeras ajudam a vigiar as áreas mais sensíveis e a identificar qualquer atividade suspeita.
Além das câmeras, há uma equipe de vigilantes que patrulha o local regularmente. Esses profissionais são treinados para identificar comportamentos suspeitos e prevenir possíveis furtos.
A presença constante de vigilantes também serve como um dissuasor para aqueles que possam considerar levar algum item do sítio.
A tecnologia também desempenha um papel fundamental na preservação de Pompeia. Sistemas avançados de monitoramento e sensores de movimento foram instalados em áreas críticas para detectar tentativas de furto.
Além disso, a digitalização de artefatos e a criação de réplicas em 3D permitem que os visitantes apreciem as peças sem que elas precisem ser expostas a riscos.
A educação e a conscientização dos visitantes são igualmente importantes. Campanhas de informação sobre a importância da preservação do patrimônio histórico são realizadas regularmente.
Guias turísticos e placas informativas espalhadas pelo sítio lembram os visitantes de que cada peça, por menor que seja, é parte integrante da história de Pompeia e deve ser preservada para as futuras gerações.
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