O sertanejo universitário é um dos gêneros musicais mais populares do Brasil, conquistando o público com suas letras que falam de amor, amizade e festas.
Apesar de parecer um estilo recente, sua origem está diretamente ligada a mudanças no cenário cultural e musical do país, marcando uma nova fase na história do sertanejo.
Esse estilo ganhou força no início dos anos 2000, com artistas que modernizaram o gênero tradicional, trazendo elementos mais próximos do pop e do country.
Além disso, o sertanejo universitário se destacou por sua conexão com jovens universitários, que impulsionaram sua popularidade em festas e rádios locais.
A história do sertanejo universitário reflete transformações na indústria musical, o surgimento de novas formas de consumo de música e a força das redes sociais.
Você vai entender como esse movimento começou, os artistas que o tornaram famoso e por que ele continua tão relevante no cenário musical brasileiro.
Qual a origem do sertanejo universitário?
O sertanejo universitário surgiu no início dos anos 2000, quando jovens universitários começaram a adotar e popularizar uma nova vertente do gênero musical sertanejo.
Ele combina elementos do sertanejo tradicional com influências do pop, arrocha e música eletrônica, trazendo letras leves e temáticas voltadas para festas, relacionamentos e o cotidiano.
Essa transformação começou em Mato Grosso do Sul, um dos estados onde a cultura sertaneja é muito forte.
A dupla João Bosco & Vinícius é amplamente reconhecida como a pioneira do sertanejo universitário.
Eles iniciaram suas apresentações em comitivas de festas e eventos universitários, ganhando destaque com músicas que mesclavam o estilo acústico ao ritmo dançante e contagiante, cativando o público jovem.
Por que essa mudança aconteceu?
Na virada do milênio, o sertanejo tradicional enfrentava dificuldades para se conectar com a nova geração.
Enquanto a música caipira e as duplas sertanejas clássicas mantinham uma abordagem mais raiz, o sertanejo universitário trouxe um formato mais dinâmico e acessível.
O boom desse estilo foi impulsionado não só pelas universidades, mas também pelo avanço das redes sociais e plataformas digitais, que permitiram que as canções ganhassem visibilidade fora dos circuitos convencionais de rádio e televisão.
Outro fator decisivo foi a simplicidade das produções iniciais. Diferentemente dos grandes shows sertanejos de outrora, o sertanejo universitário começou em bares e festas menores, muitas vezes com apresentações acústicas que valorizavam o contato direto com o público.
Essa proximidade transformou o gênero em uma expressão autêntica da juventude e da cultura sertaneja contemporânea, marcando o início de uma nova fase para o estilo musical no Brasil.
Qual é a diferença entre sertanejo e sertanejo universitário?
A principal diferença entre sertanejo e sertanejo universitário está no estilo musical e na temática das canções.
Enquanto o sertanejo tradicional, muitas vezes chamado de música sertaneja ou música caipira, tem raízes na cultura rural e aborda temas como a vida no campo, amores e tradições, o sertanejo universitário é voltado para um público mais jovem, com letras que falam de festas, relacionamentos casuais e cotidiano urbano, incorporando influências do pop e arrocha.
O sertanejo tradicional, representado por duplas como Tonico & Tinoco ou Zezé Di Camargo & Luciano, tem uma forte ligação com a música raiz e o gênero caipira, sendo marcado pelo uso de viola caipira, melodias simples e um tom melancólico.
Esse estilo reflete a cultura sertaneja como um patrimônio histórico e musical do Brasil.
Por outro lado, o sertanejo universitário, que começou a ganhar força nos anos 2000, é uma evolução desse gênero.
Ele não apenas modernizou os arranjos musicais com instrumentos como guitarra elétrica e sintetizadores, mas também trouxe uma nova estética para o gênero.
Suas apresentações são dinâmicas, e o tom das letras, muitas vezes sobre “ostentação” ou experiências comuns entre jovens, reflete mudanças na sociedade.
Uma curiosidade: por que o nome ‘universitário’?
O termo surgiu porque esse estilo se popularizou entre estudantes universitários em cidades do interior do Brasil.
As comitivas e festas universitárias serviram como palco para o nascimento de várias duplas sertanejas que conquistaram o país.
Apesar disso, a influência do sertanejo universitário vai muito além do ambiente acadêmico.
Ele tornou o gênero sertanejo mais acessível para um público diverso, ajudando a expandir sua popularidade para além do tradicional público rural.
Assim, o sertanejo universitário não é apenas uma variação do sertanejo tradicional. Ele representa uma transformação cultural, adaptando um gênero musical icônico para os tempos modernos e mantendo suas raízes vivas enquanto fala diretamente para novas gerações.
Quais foram os primeiros sertanejos universitários?
Os primeiros sertanejos universitários foram João Bosco & Vinícius, César Menotti & Fabiano e Jorge & Mateus.
Essas duplas foram pioneiras em modernizar o sertanejo, adaptando o gênero para um público jovem e universitário no início dos anos 2000, combinando elementos do pop e do arrocha às características tradicionais do estilo musical sertanejo.
Os destaques dessa fase inicial
Aqui está uma lista com as principais duplas e artistas que marcaram o início do sertanejo universitário:
- João Bosco & Vinícius: Considerados os pioneiros, começaram tocando em festas universitárias no Mato Grosso do Sul e lançaram sucessos como Chora, Me Liga.
- César Menotti & Fabiano: Popularizaram o estilo com músicas que misturam o sertanejo raiz e o universitário, como Leilão.
- Jorge & Mateus: Responsáveis por transformar o sertanejo universitário em um fenômeno nacional com hits como Pode Chorar e De Tanto Te Querer.
- Fernando & Sorocaba: Trouxeram inovação com performances dinâmicas e músicas como Madri.
- Victor & Leo: Apesar de transitarem entre o sertanejo romântico e universitário, ajudaram a consolidar o gênero com sua versatilidade musical.
Mas por que essas duplas tiveram tanto impacto?
O diferencial dessas duplas foi a capacidade de se conectar com o público jovem por meio de apresentações em bares, festas universitárias e comitivas.
Elas criaram uma atmosfera que combinava música animada com a energia típica das reuniões de estudantes.
Outro ponto importante foi a utilização das redes sociais e plataformas digitais emergentes para divulgar suas canções, um movimento inovador para a época.
Esse grupo inicial não apenas moldou o sertanejo universitário, mas também abriu portas para uma nova geração de artistas.
Eles mostraram que era possível misturar a essência da cultura sertaneja com temas e ritmos que dialogavam com a juventude brasileira.
Características do sertanejo universitário
O sertanejo universitário é caracterizado por letras leves e descontraídas, voltadas para temas como festas, relacionamentos e situações cotidianas, além de arranjos musicais que combinam elementos do pop, arrocha e até música eletrônica.
Diferente do sertanejo raiz, o estilo universitário utiliza instrumentos modernos, como guitarra elétrica e bateria, em vez da tradicional viola caipira.
Mas o que realmente diferencia o sertanejo universitário? Aqui estão as principais características que definem esse estilo musical:
- Temática jovem e urbana: As canções falam sobre amor, curtição, ostentação e questões do dia a dia, conectando-se diretamente ao público jovem.
- Influências musicais modernas: Elementos do pop, arrocha e até reggaeton são incorporados, criando um som mais dinâmico e atual.
- Arranjos mais produzidos: As músicas costumam ter uma produção mais elaborada, com instrumentos eletrônicos e uso frequente de auto-tune e sintetizadores.
- Formato acústico popular: Apesar de moderno, o formato acústico ainda é muito usado em shows e apresentações menores, reforçando a conexão com o público.
- Apelo comercial: O sertanejo universitário é adaptado para alcançar um público amplo, com melodias fáceis de memorizar e refrãos cativantes.
Por que o estilo conquistou tanto espaço?
O sertanejo universitário não só modernizou a música sertaneja, mas também mudou a forma como ela é consumida.
Com shows em bares, festas universitárias e eventos de comitivas, ele criou um ambiente descontraído que atraiu uma nova audiência.
Além disso, o uso estratégico de redes sociais e plataformas de streaming ajudou a impulsionar sua popularidade, tornando as músicas acessíveis a diferentes públicos.
O sertanejo, por exemplo, é o estilo mais ouvido nas plataformas de streaming no Brasil, refletindo sua força no cenário musical atual.
Essa evolução transformou o sertanejo universitário em um gênero que equilibra tradição e modernidade, mantendo a essência da cultura sertaneja ao mesmo tempo em que reflete os interesses e valores de uma nova geração.
Instrumentos do sertanejo universitário
Os instrumentos do sertanejo universitário são uma combinação de elementos tradicionais da música sertaneja com recursos modernos que aproximam o estilo de gêneros como pop e arrocha.
Enquanto a viola caipira ainda aparece ocasionalmente para manter a conexão com as raízes do sertanejo, instrumentos como guitarra elétrica, teclado e bateria têm um papel central na construção das músicas desse estilo.
Mas o que torna os instrumentos tão únicos nesse gênero? Aqui está uma visão dos instrumentos mais utilizados no sertanejo universitário e como eles moldam o som do estilo:
- Guitarra elétrica: Traz um toque moderno, criando riffs marcantes e dando mais energia às canções, especialmente em apresentações ao vivo.
- Bateria: Sustenta o ritmo, adicionando uma base sólida para danças sertanejas e misturas com arrocha.
- Teclado: Amplia as possibilidades melódicas e é usado para criar efeitos sonoros que modernizam as músicas, como sintetizadores e sons eletrônicos.
- Violão: Mesmo em um contexto mais urbano, o violão permanece essencial para a base harmônica, especialmente em versões acústicas.
- Baixo elétrico: Fundamental para garantir um som encorpado e dançante, que conecta o público ao ritmo da música.
- Sanfona (acordeão): Embora menos comum que no sertanejo raiz, ainda aparece em canções para trazer um toque de tradição em faixas específicas.
E a evolução do uso desses instrumentos?
Diferentemente do sertanejo tradicional, onde a viola caipira era símbolo cultural e musical, o sertanejo universitário aposta em um som mais acessível e globalizado.
Por isso, os instrumentos são adaptados para produzir arranjos mais sofisticados, que se alinham com as preferências do público jovem.
Curiosamente, o formato acústico também é muito valorizado nesse gênero. Afinal, ele permite que shows em bares e eventos menores tenham um tom mais íntimo, utilizando principalmente violão, cajón e voz.
Essa flexibilidade dos instrumentos é uma das razões do sucesso do sertanejo universitário, já que ele pode ser adaptado para diferentes públicos e ocasiões sem perder sua essência animada e contagiante.
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