Pioneiro da internet brasileira, Aleksandar Mandic morreu na quinta-feira, 6 de maio, aos 66 anos.
O empresário, que fazia tratamento contra leucemia, é considerado um dos “pais” da internet no Brasil por ter sido uma uma das primeiras pessoas a ganhar dinheiro no segmento, ainda na década 1990.
O anúncio do falecimento foi feito nas redes sociais por Axel Mandic, filho do empresário.
Demi Geschko, outro pioneiro na internet brasileira, comentou a morte do empresário:
A Internet perdeu hoje Aleksandar Mandic, pessoa notável, empreendedor de gênio, e pioneiro da Internet… Tenho o orgulho de ter sido amigo e convivido com ele desde 1992… Triste nota.
Demi Getschko
Um dos “pais” da internet no Brasil
Filho de imigrantes da Sérvia e da Bielorrúsia, Mandic fez carreira na Siemens antes de decidir empreender no segmento de tecnologia.
Ele foi o fundador do portal iG e da Mandic BBS, uma das primeiras formas de comunicação na internet.
Em 1999, a Mandic foi vendida para o grupo argentino Impsat.
Em janeiro de 2002, decidido a ter novamente seu próprio negócio, o executivo reabriu a Mandic, mas dessa focado em e-mail corporativo, cujo slogan era “o melhor e-mail que a internet pode fazer”.
A empresa só crescia e ganhava novos clientes com um serviço de e-mail que evoluiu para serviços de cloud computing.
Em março de 2012 o empreendedor vendeu a empresa para o fundo de investimentos Riverwood Capital, por R$ 100 milhões.
Além da carreira em tecnologia, Mandic também fez uma tentativa na política.
Nas eleições de 2010, lançou sua candidatura a deputado federal em São Paulo pelo DEM, mas não foi eleito. Obteve 10.981 votos, ficando em 225º lugar.
Mandic foi autor de 2 livros: “Como fazer uma empresa dar certo em um país incerto” (Instituto Empreender Endeavor, 2005) e “Mandicas” (Editora Saraiva, 2006).
WiFi Magic
Em 2013, Aleksandar Mandic lançou o WiFi Magic, primeiro app brasileiro para compartilhamento de senhas de wi-fi.
Em entrevista à Revista EXAME, Mandic contou como surgiu a ideia para o aplicativo:
“Eu comecei a anotar as senhas de redes públicas, já que viajo muito. Queria fazer um programinha, mas não achei ninguém para programar para mim. Um dia, um amigo meu, o Eduardo Mauro, disse que programaria. Ele fez um programinha e no primeiro dia foram dois downloads, um dele e um meu. Depois de alguns dias, durante a manhã, o Eduardo disse que o app havia sido baixado 40 vezes. No final do dia eram mil downloads. Fomos a um hotel beber champanhe para comemorar. Quando acabamos o Eduardo checou e o dia ia fechar com três mil downloads“, disse.
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