É inegável que Meryl Streep seja uma das maiores atrizes de Hollywood, com uma carreira brilhante, cheia de trabalhos premiados.
Mas, segundo a atriz, um dos trabalhos não é motivo de orgulho.
Em entrevista ao programa The Graham Norton Show, a estrela de 73 anos surpreendeu ao revelar qual foi sua pior interpretação.
Ao ser questionada pelo apresentador se havia alguma performance na carreira que ela não gostava, Streep respondeu: “Ah, sim”. Acrescentando: “Não vou te contar”.
No entanto, ao ser pressionada a dar um exemplo, ela adiantou: “Foi venerada”.
De acordo com a atriz, sua pior atuação foi em “A Mulher do Tenente Francês”, longa de 1981, dirigido por Karel Reisz.
“Estou me dando uma saída [para a pergunta], mas parte disso foi por conta da estrutura do filme“, disse.
Foi meio artificial porque eu era a atriz interpretando a mulher do tenente francês.
Ao mesmo tempo, eu era uma atriz americana interpretando uma britânica”, continuou. “Eu era jovem e nova nesse negócio. Eu não sentia que estava vivendo isso. Você sempre quer fazer algo melhor depois que algo assim acontece.“
Apesar de sua opinião, o filme acabou sendo um sucesso. Exaltado pela crítica e pelo público, a produção resultou até mesmo em um BAFTA de Melhor Atriz e uma indicação ao Oscar na mesma categoria para Meryl.
O enredo do filme
Na Inglaterra do século XIX, Charles, um paleontólogo, está noivo, mas se apaixona por Sarah, uma excluída cuja melancolia a faz deixá-lo após um breve, mas apaixonado caso.
Anna (Meryl Streep) e Mike (Jeremy Irons), que interpretam os personagens de Sarah e Charles, passam, durante as filmagens do filme, por um relacionamento que corre paralelo ao de seus personagens.
Veja o trailer do filme “A Mulher do Tenente Francês”:
A adaptação do romance para o cinema
“A Mulher do Tenente Francês” é baseada no romance homônimo de John Fowles, publicado em 1969.
A adaptação cinematográfica, dirigida por Karel Reisz, trouxe um desafio único: traduzir a narrativa metalinguística e os múltiplos finais do livro para o cinema.
O filme apresenta duas linhas temporais paralelas: uma no século XIX, seguindo o romance original, e outra contemporânea, onde os atores que interpretam os protagonistas também vivem um relacionamento complicado fora das telas.
Essa estrutura complexa permitiu que o filme explorasse temas como identidade e a natureza do amor, o que também pode ter contribuído para a autocrítica de Streep sobre sua atuação, já que ela interpretou múltiplas camadas de personagens ao mesmo tempo.
O que levou Meryl Streep a não gostar de sua atuação?
Ao falar sobre a sua pior interpretação, Meryl Streep apontou uma série de desafios específicos que enfrentou durante a produção.
O roteiro, por exemplo, apresentava algumas dificuldades com diálogos que não pareciam naturais para a personagem.
Streep explicou que sentiu uma desconexão entre o texto escrito e a maneira como a personagem deveria se expressar.
Essa diferença fez com que a atriz lutasse para encontrar o tom certo para a sua atuação, o que resultou em uma performance que ela mesma considera insatisfatória.
Outro aspecto que complicou sua interpretação foi o contexto de produção do filme.
A pressão para entregar uma performance que atendesse às expectativas elevadas da equipe e do público adicionou uma camada de dificuldade.
A própria Streep mencionou que a química com alguns dos atores em cena não foi tão forte quanto em outras produções, o que impactou diretamente a dinâmica das interações e a autenticidade das emoções transmitidas.
Além disso, o processo de direção também teve um impacto significativo. Streep sugeriu que as orientações do diretor não alinharam completamente com sua visão da personagem, o que a deixou sem a liberdade habitual para desenvolver seu papel de maneira mais intuitiva.
Curiosidades sobre as filmagens
Durante as filmagens de “A Mulher do Tenente Francês”, ocorreram diversas curiosidades que influenciaram o resultado final.
Originalmente, uma tentativa de adaptação do romance foi feita em 1970, com Vanessa Redgrave cotada para o papel principal.
No entanto, problemas com o roteiro e falta de financiamento adiaram a produção.
Além disso, uma cena filmada com a atriz Harriet Walter, que teria importância na trama, acabou sendo cortada na edição final.
Outro ponto interessante é que o romance de John Fowles, no qual o filme se baseia, não inclui a história moderna dos atores que interpretam os protagonistas.
Essa foi uma adição do roteiro para expandir a narrativa e proporcionar mais profundidade aos personagens, algo que o diretor Karel Reisz considerou essencial para capturar o espírito do livro.
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