O uso da Inteligência Artificial no cinema vem revolucionando a maneira como filmes são produzidos e as histórias são contadas.
Graças aos avanços da tecnologia, os cineastas podem recriar atores já falecidos ou rejuvenescer atores. Mas até que ponto essa prática é saudável?
Quando o ator Paul Walker faleceu em 2013, ‘Velozes e Furiosos 7’ usou uma mistura de inteligência artificial, computação gráfica e a ajuda de seu irmão para fazer a cena final, onde ele e Vin Diesel tomam rumos diferentes, encerrando a parceria dos dois na trama.
Em ‘Star Wars – A Ascensão Skywalker’, Carrie Fisher, que morreu 3 anos antes do filme, aparece interagindo com os outros personagens.
Neste caso, a técnica envolveu menos IA e mais truques de câmera, já que foram usadas cenas descartadas da atriz de filmes anteriores.
A Inteligência Artificial no Cinema veio para ficar?
Com o passar do tempo, a Inteligência Artificial foi dando seus saltos e começou a ser usada para o que a indústria chama de “de-aging”, que significa rejuvenescer personagens através da IA e da computação gráfica.
Isso aconteceu com Robert DeNiro e Al Pacino em ‘O Irlandês’. Outro exemplo aconteceu com filmes da Marvel, com os atores Samuel L. Jackson e Michael Douglas, por exemplo.
E tudo isso aconteceu antes de 2020, e desde então, a Inteligência Artificial deu seu maior salto na história.
O DeepFake, por exemplo, avançou a níveis catastróficos a ponto de termos pessoas famosas dizendo coisas que nunca disseram de verdade.
Com a tecnologia “deepfake”, que usa Inteligência Artificial para criar vídeos hiper-realistas, é possível que os cineastas possam “ressuscitar” atores falecidos para papéis completos, ou quem sabe criar novos personagens totalmente sintéticos.
O conceito de direito de imagem vai ter que ser totalmente atualizado. Além disso, o uso dessas tecnologias também levanta questões éticas significativas, incluindo o consentimento e os direitos de imagem dos atores.
Transformações na produção de filmes
Com os avanços contínuos da inteligência artificial, a indústria do cinema está experimentando transformações significativas em várias etapas da produção.
Em 2024, a IA está cada vez mais envolvida desde a pré-produção até a pós-produção. Ferramentas de edição alimentadas por IA, como o Invideo e o Filmora, estão automatizando tarefas como transições de cena, corte inteligente e até a remoção de ruídos indesejados, permitindo que os editores se concentrem mais na narrativa e na emoção do filme.
Além disso, o uso de atores virtuais gerados por IA está se tornando mais comum, oferecendo aos cineastas a capacidade de criar personagens totalmente novos ou até mesmo recriar performances de atores falecidos.
Na pós-produção, a IA está facilitando a criação de efeitos visuais de alta qualidade e correção de cores em tempo real, agilizando processos que antes eram demorados e caros.
Isso permite uma maior flexibilidade para diretores e artistas, que agora podem experimentar mais durante a produção sem comprometer o orçamento.
No entanto, é importante considerar que, apesar de todas essas inovações, a criatividade humana e a capacidade de contar histórias de maneira autêntica continuam a ser insubstituíveis.
A IA, embora poderosa, atua melhor como uma ferramenta complementar que aumenta a capacidade dos cineastas de explorar novas possibilidades criativas.
Preocupações éticas sobre a IA no cinema
Embora a integração da IA na produção cinematográfica traga muitos benefícios, também levanta preocupações éticas significativas.
Por exemplo, o uso de deepfakes e a criação de atores virtuais sem o consentimento explícito podem levar a questões legais e morais sobre os direitos de imagem e o uso de propriedades intelectuais.
Além disso, o aumento do uso de tecnologia de IA pode resultar na redução de oportunidades de emprego para profissionais tradicionais da indústria, como editores, animadores e até mesmo atores, que podem ser substituídos por contrapartes digitais.
Outro ponto de discussão é o impacto potencial da IA na diversidade e inclusão no cinema. Enquanto a IA pode ser usada para analisar e minimizar vieses inconscientes em roteiros e escolhas de elenco, há também o risco de perpetuar estereótipos se os modelos de IA forem treinados em dados enviesados.
Portanto, é essencial que a indústria do cinema adote práticas éticas e transparentes no uso da IA para garantir que esta poderosa ferramenta seja usada de maneira responsável, promovendo tanto a inovação quanto a inclusão.
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